Juciano Martins Rodrigues
Título da Tese: Expansão territorial em metrópoles brasileiras: população, economia e tendências
Ano de defesa: 2011
Orientador: Ana Lucia Nogueira de Paiva Britto
Resumo | Abstract: A tese explorou as tendências da evolução do sistema metropolitano e da (re)estruturação do espaço intrametropolitano brasileiro no contexto dos processos de globalização e reestruturação econômica. Procurou-se avançar em modos sistemáticos para compreender o desenvolvimento espacial das metrópoles a partir de três procedimentos metodológicos principais: a) análise da distribuição da população no interior das metrópoles; b) Análise da distribuição e localização das atividades econômicas no espaço intrametropolitano; e c) Análise da evolução da mancha urbana das Metrópoles. Com isso pretendeu-se contribuir na compreensão das transformações pelas quais passam nossas grandes cidades nas suas dimensões demográfico- espacial, econômico-espacial e físico-espacial. Com a análise da distribuição e deslocamento populacional no interior das metrópoles foi possível apontar para onde a metrópole está crescendo, levando em consideração que existe uma forte relação entre estes deslocamentos e estruturação do espaço urbano. Esta exploração empírica sobre a dinâmica populacional no nível municipal foi realizada a partir de dados Censo de 1991, 2000 e 2010 e utilizou variáveis como volume de população, taxas de crescimento, saldos e taxas migratórias. O objetivo da análise da evolução das manchas urbanas foi identificar as tendências de evolução da ocupação territorial das metrópoles nas últimas décadas. Essa mancha, por sua vez, é considerada uma proxy, ou um indicador, da materialização da produção do espaço físico na escala metropolitana. A investigação aponta que a evolução da mancha urbana apresenta indícios da conformação de espaços urbano-metropolitanos cada vez mais espraiados implicando possivelmente em crescentes custos e problemas logísticos para a provisão de serviços públicos de infraestrutura essenciais à vida em cidade. Há, portanto, tendências à formação de espaços urbano-metropolitanos fisicamente mais “dilatados” em torno dos núcleos históricos. A análise sobre o crescimento e a distribuição populacional no interior das metrópoles aponta que as áreas centrais (no caso os municípios-núcleos), historicamente tidas como destino dos principais fluxos migratórios, inclusive de longa distância, tem perdido população para seu entorno. As tendências de movimento das pessoas no espaço intrametropolitano, com um aumento também da importância dos movimentos chamados temporários indicam uma complexificação do fenômeno metropolitano, onde variáveis como “distância” e “densidade” adquirem maior relevância analítica na compreensão do processo de metropolização. A análise da distribuição e localização das atividades no interior dos espaços metropolitanos brasileiros e sua possível relação com a estruturação do espaço urbano no contexto de reestruturação econômica apontam mais para uma redistribuição das atividades produtivas do que para uma desconcentração ou dispersão dessas atividades urbanas. A tese aponta ainda que há diferenças significativas no modo como cada metrópole experimentou esse crescimento ao longo dos anos, revelando e consolidando diferentes tempos e espaços no processo de evolução espacial das metrópoles no Brasil. Com isso, ganha importância os estudos comparativos para entendermos como estas diferenças resultam de processo diferentes no contexto de intensificação da urbanização metropolitana.