Walter Manoel Pereira Neto
Título da Dissertação: Modos Ativos e BRT: Caminhabilidade e ciclabilidade como lentes de análise da acessibilidade de pedestres e ciclistas ao BRT Transcarioca
Ano de defesa: 2024
Orientador: Victor Andrade
Resumo | Abstract: A mobilidade urbana tem se tornado central no debate mundial sobre qualidade de vida urbana nas últimas décadas e o uso do sistema de transporte público se torna primordial para os deslocamentos de pessoas economicamente desfavorecidas. A cidade do Rio de Janeiro sediou diversos eventos em que a mobilidade passou a ser entendida como um dos pilares do desenvolvimento sustentável. Então, desde 2012, em decorrência dos eventos esportivos, a cidade teve suas infraestruturas de transporte ampliadas, umas delas sendo o BRT. Entretanto, o espaço de pedestres e ciclistas não recebeu a devida atenção no âmbito do planejamento integrado do sistema de transporte coletivo, mas havia uma expectativa de que acontecesse uma integração com os corredores do BRT Rio, uma vez que a modalidade rodoviária de transporte é uma das mais fortes na cidade. Deste modo, este trabalho discute as condições de acesso entre os modos ativos e os terminais de BRT do corredor Transcarioca, no Rio de Janeiro, através da ótica da caminhabilidade e da ciclabilidade sobre o ambiente construído imediato. A partir de questionamentos sobre como os atributos da caminhabilidade e da ciclabilidade contribuem para a integração entre modos ativos e BRT e como o ambiente construído tem contribuído para essa relação, esta pesquisa teve como objetivo geral identificar problemáticas desse ambiente construído no entorno dos terminais de BRT que influenciam nas condições de acesso de pedestres e ciclistas. Trabalhou-se dois casos referenciais, com realidades socioeconômicas e urbanas antagônicas, sendo eles os terminais Alvorada, na Barra da Tijuca, e Paulo da Portela, em Madureira. No entorno dos acessos dos terminais, mapeou-se os atributos do ambiente construído que revelassem o cenário da caminhabilidade e da ciclabilidade neles, com as principais problemáticas que fomentassem intervenções necessárias para favorecer as viagens a pé e por bicicleta. Os resultados alcançados indicam que os casos referenciais não apresentam uma realidade plenamente satisfatória para caminhabilidade e ciclabilidade, tendo a maioria das características do ambiente construído pouco ou nada estimulantes, sendo o entorno do Terminal Paulo da Portela mais estimulante para pedestres, enquanto para ciclistas, a área da Barra da Tijuca a mais favorável. Isso reflete uma desigualdade socioeconômica existente entre as duas localidades nas infraestruturas de transporte, mas que na totalidade ambas influenciam negativamente nas condições de acesso de pedestres e ciclistas.