Tatiane Martins Carrer
Título da Dissertação: Formação e Transformações do bairro da Urca: uma contribuição para a análise da paisagem urbana
Ano de defesa: 2020
Orientador: Maria Paula Goncalves Lysandro de Albernaz
Resumo | Abstract: O trabalho apresenta a análise da formação e transformações da paisagem urbana do bairro Urca, localizado na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, tendo cinco momentos distintos como marcos temporais: o da sua paisagem original; o do século XVI ao XVIII (construção da Fortaleza de São João); o século XIX (surgimento da Urca Monumental); o século XX (criação da Urca Bairro); e o século XXI (consolidação da Vila Benjamin Constant). A par de compor um dos mais emblemáticos e excepcionais cenários paisagísticos do Rio de Janeiro, por abarcar o conjunto dos morros Pão de Açúcar e Urca, o bairro elucida no imaginário urbano através da sua paisagem, um estilo de vida bucólico e uma tranquilidade atípica para a realidade urbana contemporânea. Há, no entanto, outros aspectos particulares além desses, advindos de um rico processo histórico a serem analisados. É de consenso entre diversos autores que não há uma maneira correta de analisar a paisagem, fazendo‐se necessário eleger um caminho. A construção de um conceito para o termo no presente trabalho se dá especialmente através do olhar da Geografia Cultural Renovada, cujas bases se assentam sobre o entendimento da paisagem como um texto cultural cuja linguagem está impregnada de símbolos. As lentes de Denis Cosgrove, um dos principais expoentes dessa vertente, servem de guia para delinear o caminho e as ferramentas de estudo da realidade cultural, social e simbólica da paisagem da Urca. A leitura sobre demais aspectos da paisagem apoia‐se no pensamento de Aldo Rossi e Adrián Gorelik, em especial pela interpretação que estes autores oferecem, em épocas distintas, da relação das partes da cidade ao todo, e, ao seu contexto histórico e social. A compreensão dos novos valores da sociedade contemporânea a serem observados no campo do urbanismo se ancora, sobretudo, nas ideias de autores como Bernardo Secchi, François Ascher e David Harvey, referências no estudo da cidade contemporânea.
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