Ricardo Manuel Afonso Dias da Cruz e Sousa
Natural de Lisboa, Portugal, Ricardo exerce a profissão de arquiteto paisagista desde 2006 e desde 2013 vive e trabalha na América Latina. Sua experiência é no planejamento e projeto de paisagem, especificamente infraestrutura verde, soluções baseadas na natureza e adaptação climática. Ricardo é um defensor da arquitetura paisagista e da ação climática e presta consultoria para autoridades locais e internacionais, ONGs e empresas privadas. Ele possui vasta experiência como diretor executivo e como gerente de programas e projetos, onde coordenou equipes de cientistas, engenheiros e outros profissionais, facilitou o diálogo e estabeleceu parcerias entre stakeholders públicos e privados. Ricardo também é professor e pesquisador de arquitetura paisagista, planejamento ambiental, urbanismo ecológico e resiliência climática e é autor de vários artigos sobre esses tópicos.
Pesquisa
Os impactos das mudanças climáticas são uma ameaça existencial para a sociedade global, no entanto, a falta de conhecimento e de percepção da maioria da população sobre os riscos e como enfrentá-los são uma das causas para a inação. Esta pesquisa propõe a comunicação do conhecimento sobre as mudanças climáticas através da representação visual a uma escala familiar e tangível, a da paisagem, para motivar maior interesse e engajamento da população e eventualmente conduzir a mudanças de comportamento, de políticas e a ações climáticas de adaptação. A paisagem de Copacabana é utilizada como estudo de caso para criar uma narrativa visual que conte a história sobre os riscos e as soluções de adaptação às mudanças climáticas, de curto a longo prazo, à população do Rio de Janeiro. O conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento de Copacabana, as suas transformações, as causas, efeitos e múltiplas inter-relações, é gerado através do projeto de paisagem como estratégia de pesquisa holística e interdisciplinar. A visualização e explicação dos processos socioecológicos e climáticos tendo Copacabana, uma paisagem conhecida e icônica, como palco performativo é um meio poderoso de argumentação e persuasão da sociedade. O desenvolvimento de métodos de representação visual da paisagem conduzirá ainda à reflexão sobre como as novas tecnologias, como a realidade virtual e outras, poderão ser utilizadas e aperfeiçoadas para melhorar a experiência e a comunicação sobre as mudanças climáticas. A construção metodológica para representação digital, desde a modelagem até a programação da interação, no caso da realidade virtual, será posteriormente disponibilizada visando contribuir para estimular outros pesquisadores a representar mais paisagens e os impactos das mudanças climáticas, o que permitirá que cada vez mais pessoas vejam, percebam e reflitam sobre a necessidade urgente de adaptação.