Alunos egressos

Pedro Tarcio Pereira Mergulhão

Título da Tese: Da terra primeva às amazônias: invenções, realidades, conciliações

Ano de defesa: 2018

Orientador: Lúcia Maria Sá Antunes Costa

Resumo | Abstract: Esta pesquisa trata de uma discussão sobre a construção das paisagens amazônicas. Da terra primeva, anterior à chegada do colonizador, às invenções “das Amazônia” e ao ideal da conciliação. Em um primeiro momento, no que se refere à Cultura da Floresta e ao paradigma civilizatório imposto ao território, à revelia da história e culturas preexistentes, e em seguimento, em razão da exploração de recursos naturais da floresta e humanos. Paralelamente a essa construção histórica, destacam-se as Amazônias reais: da floresta, das cidades e das populações que constroem e (re) constroem paisagens cotidianas em alternativas à ausência do Estado; em expressões populares, individuais ou coletivas, da sociedade organizada, por meio de estudos, pesquisas, empreendimentos e ações governamentais pontuais que se configuram em estágios transitórios de desenvolvimento na região. Além disso, a proposta é discutir sobre o passado, o presente e o futuro das Amazônias e refletir sobre as alternativas ao paradigma desenvolvimentista exploratório na região, e, do que foi construído, apreender nos resultados observados, contiguidades, em vista do reconhecimento de paisagens regionais/ locais. Assim, aqui, se sustenta a ideia de conciliação; das invenções para a Amazônia, da realidade construída, em acondicionamento cotidiano a elas; e da necessária retomada de caminhos que possibilitem apreender na diversidade amazônica, autonomias populares, e do que isto possa vir a significar em desenvolvimento regional/ local, por meio do reforço a particularidades e vocações paisagísticas. Esta Tese foi construída, primeiramente, na revisão bibliográfica em autores amazônicos, ou não, que analisaram o tema Amazônia sob os âmbitos da Geografia, da História, da Paisagem, do Desenvolvimento e do Projeto. Desse modo, a partir da base teórico-metodológica foram discutidos e elucidados políticas, 9 planos, planejamentos, projetos, respaldados em revisão bibliográfica, pesquisa de campo, onde se procedeu ao reconhecimento da paisagem amazônica por meio de “viagens pelas Amazônias” em território brasileiro, transfronteiriço e nas cidades, em acessibilidades e mobilidades nas Amazônias: pelo rio, ferrovia e rodovia. Isto, amparado no método do “olhar antropológico”; este que é instrumentalizado em registros fotográficos que ilustram os temas discutidos e apresentados sob a forma de argumentação textual. Desse modo, esta tese discute construções de paisagens passadas e presentes das Amazônias. Finalmente, foram enfatizadas alternativas endógenas em consideração ao futuro da região, dando ênfase ao reconhecimento do fazer autóctone ribeirinho, na pequena cidade de Afuá, no estado do Pará. Assim, procedeu-se expor o reconhecimento da paisagem na cidade, por meio da arquitetura, do urbanismo, do paisagismo e das relações culturais. Isto que dará sustentação à construção epistemológica na Amazônia e para a Amazônia, e que tenderá a consolidar, sob o reforço do ensino, da pesquisa, da extensão e de políticas da paisagem, caminhos futuros contrários ao paradigma predominantemente exploratório ainda presente, pautado na ideia de terra sem cultura e história. Ao contrário, a tese sustenta a ideia de Amazônia como entidade paisagística ou entidade social e natural, de expressão física própria, portanto, procedente à sua conservação para o desenvolvimento regional; político, econômico, social em qualidade de vidas e diversidade cultural.

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