Maria Elisa Baptista
Título da Tese: Paredes da rua
Ano de defesa: 2011
Orientador: Sônia Azevedo Le Cocq d’Oliveira
Resumo | Abstract: Entender as relações entre o espaço edificado e a vitalidade urbana é o objetivo deste trabalho, a partir da hipótese de que as paredes da rua (interfaces entre o espaço público e o espaço privado, conformadas pelos usos que abrigam e moldadas pelas respostas defensivas ao medo generalizado) influenciam o uso da rua (espaço público cotidiano).
Aproximam-se, assim, duas vertentes: o entendimento da corrosão do caráter público das ruas como resultado espacial do medo generalizado e o aspecto propositivo da vitalidade urbana, buscando-se identificar lugares que resistem à perda de suas características de identidade e orientação e que se mantêm como uma continuidade na descontinuidade, mesmo submetidos à erosão do tempo.
Para tal, traça-se um panorama das questões econômicas, sociais, culturais e políticas que têm gerado, no quadro atual de fragmentação e segregação urbana, um ambiente de medo, considerando-se que o espaço urbano exprime uma organização econômica que se refere a uma estruturação social realizada através de um modo de vida característico e de uma cultura própria. Em seguida, aborda-se o conceito de vitalidade urbana a partir da compreensão da cidade como o habitat humano por excelência, lugar do encontro e da diversidade.
Por fim, utilizando como referente empírico da análise o caso das ruas Conde de Linhares e Iraí e sua convergência na Praça José Cavalini, em Belo Horizonte, afirma-se um quadro em que a vitalidade urbana está relacionada à diversidade tipológica e de usos, às densidades e à porosidade, somadas a ambiências e centralidades construídas ao longo do tempo.