Alunos egressos

Maria Beatriz Afflalo Brandão

Título da Tese: Urbanismo e a Complexidade Moriniana: Um Exercício Epistemológico

Ano de defesa: 2014

Orientador: Denise Barcellos Pinheiro Machado

Resumo | Abstract: O pensamento complexo se desenvolveu, numa contraposição a simplificação, já na primeira metade do século XX. A Arquitetura refletiu sobre o tema pelo olhar de alguns autores. A cidade contemporânea passou a ser referenciada através de palavras que revelavam a sua heterogeneidade, dentre elas, o fragmento, o vazio, a descontinuidade, a desordem, o caos. Tornou-se complexa. Neste contexto, um exercício epistemológico sobre a possibilidade das interações entre a complexidade urbanística e a teoria da complexidade, basicamente aquela desenvolvida por Edgar Morin que, de acordo com o autor, inclui a perspectiva do trabalho transdisciplinar, tornou-se uma proposta alternativa para repensar este saber. Para tal, alguns pressupostos foram definidos, tais como: a teoria urbanista já se relaciona com alguns pontos da teoria da complexidade moriniana e, principalmente, tanto o saber como um todo como o saber urbanístico apresentam, na contemporaneidade, uma demanda plural, coletiva, embora a oferta de processos de trabalho ainda se organize, de maneira geral, de acordo com os paradigmas da simplificação. Este trabalho parte da hipótese que o urbanismo é, e sempre foi, uma atividade com implicações complexas; assim a proposta do exercício, como uma contribuição à reflexão, é transversalizar critérios de textos com a teoria moriniana, na perspectiva urbanística. Contudo, é importante destacar, que a seleção de autores para a reflexão da complexidade urbanística, não reflete a adesão total às suas teorias, mas o destaque de critérios que referenciem o exercício. A pesquisa consistiu na análise de textos da complexidade urbanística a partir dos princípios básicos da teoria moriniana, na seleção dos seguintes autores: Robert Venturi, que já em 1960 trabalhava com a complexidade e Bernardo Secchi, em pontos como a dúvida, a inclusão do sujeito, a crítica aos especialistas, a incerteza e a angústia, a necessidade de estratégias, os cenários possíveis e a exclusão daquilo que fica fora da normalidade ou universalidade; Rem Koolhaas, que contribui com sua visão crítica da arquitetura, relacionando-a no contexto da cidade; Saskia Sassen, cujo estudo sobre as cidades globais – Nova Iorque, Londres e Tóquio, pode destacar perspectivas de análise para outras cidades que reproduzem seus modelos a partir dos fluxos estabelecidos pelo processo de globalização e a visão de Milton Santos que vai permitir definir características urbanas brasileiras a serem trabalhadas neste mesmo processo, pela teoria da complexidade, na perspectiva de um país periférico. Para completar as conclusões, são elencadas algumas questões e tendências que reforçam, na contemporaneidade, as reflexões propostas.

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