Luiza Xavier Pereira
Título da Tese: A FÁBRICA DE IMAGENS Rio de Janeiro: 1840-1870 O guia visual de Georges Leuzinger
Ano de defesa: 2024
Orientador: Margareth da Silva Pereira
Resumo | Abstract: Ao investigar a relação entre imagem e cidade, a presente tese enfoca o trabalho fotográfco da Casa Leuzinger sobre o Rio de Janeiro, produzido em meados do século XIX. Mais especificamente, discute a ação de seu proprietário, Georges Leuzinger, em relação a seus contemporâneos que se dedicaram a “objetivar” e falar em textos e imagens sobre a cidade. Leuzinger é reconhecido atualmente como o responsável pelo o maior e mais relevante registro fotográfico de paisagem da então capital em cerca de 1860. O período estudado é tanto de intensas transformações nas morfologias urbanas de diversas capitais, quanto de transformações no que concerne a maneira de se olhar e pensar as cidades. Impõe-se nesse período a ideia que as diferentes nações possuem uma cidade que no plano local, é mais importante do que as demais e é capaz de emblematizar sua sociedade, seu povo e suas conquistas e seu lugar relativo no “ conjunto das nações”, através do que mostram seus monumentos. A construção da ideia do Rio de Janeiro como cidade-capital do jovem Império do Brasil é, assim, indissociável do discurso visual que a Casa Leuzinger produziu e divulgou. A pesquisa parte de discussões sobre a não neutralidade da imagem, em especial a partir de Jonathan Crary (1990) e Jacques Aumont (1991), bem como da visão sobre o estatuto de verdade da imagem fotográfica no período estudado. Tem-se como hipótese que o repertório fotográfico da Casa constrói um “guia visual” sobre o Rio de Janeiro, composto por enquadramentos particulares ao “olhar híbrido” que Leuzinger constitui ao longo de seus percursos pessoais e profissionais. Ao propor uma análise visual das imagens a partir de uma transversalidade de saberes sobre a cidade, busca-se discutir como Leuzinger teria apresentado a cidade-capital ao mundo e constituído uma certa memória visual sobre seus aspectos morfológicos.
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