Daniela Ortiz dos Santos
Título da Dissertação: Pequeno Vocabulário de Le Corbusier : 1928-1929
Ano de defesa: 2009
Orientador: Margareth da Silva Pereira
Resumo | Abstract: O presente trabalho visa realizar uma análise do discurso, escrito e iconográfico de Le Corbusier durante 1928 e 1929, a fim de contribuir ao estudo de suas expressões na arquitetura, pintura e na escrita. Pretende-se identificar e estudar, portanto, um pequeno vocabulário de Le Corbusier, atento aos processos e à construção de algumas das noções por ele compartilhadas, ao longo da década de 1920, e que percorrem seu pensamento e obra nas décadas seguintes. O recorte temporal foi estabelecido por levantarmos algumas considerações sobre este período. Na verdade, durante os anos 1928 e 1929 existem vários nós que se intensificam, mais que isso, ligam-se, desfazem-se e criam também novas possibilidades de articulação. Este momento parece testemunhar reflexões, permanências e rupturas nas mais diversas poéticas de Le Corbusier. Neste período por ele considerado ‘maquinista’ aparecem novamente questões sobre a cidade, natureza e os corpos, surgem igualmente as travessias: Arcachon, Barcelona, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Moscou e, logo em seguida, Argel. Esforçamo-nos assim, a compreender um homem consciente de sua época que, apesar de pertencer a uma era ‘da máquina’, na qual a produção do conhecimento também passava por um processo de especificação e compartimentação do saber, jamais externou seu conhecimento e sua reflexão sobre o mundo de forma compartimentada. Através da leitura de suas impressões, interpretações poéticas dos elementos da natureza e da própria sociedade mesma, assim como também das suas expressões plástica, escrita e arquitetônica, apresentamos Le Corbusier como um homem complexo, contraditório, sensível.