Bernardo Emmanuel B. G. Gonçalves Maia
Título da Dissertação: O outro espaço público - uma leitura do lugar abaixo do viaduto Paulo de Frontin
Ano de defesa: 2019
Orientador: Sônia Azevedo Le Cocq d’Oliveira
Resumo | Abstract: Introdução. Intervenções de cunho rodoviarista alteram radicalmente a materialidade urbana, as práticas e os significados espaciais. Espaços abaixo de viadutos passam a se reconectar com a cidade e se reconstroem como lugares. A marginalização das sobras espaciais e sociais é o problema identificado nesta pesquisa. Tende a obscurecer o processo de construção do lugar abaixo dos viadutos. As sobras sociais são empurradas para as sobras espaciais numa espiral crescente de segregação do quê e de quem está nestes espaços públicos. A compreensão da construção do lugar é fundamental para a elaboração de projetos, intervenções e políticas públicas. Estudo de caso. A região localizada abaixo de todo o eixo do viaduto Paulo de Frontin, na cidade do Rio de janeiro. Objetivos. Analisar o processo de construção do lugar abaixo do viaduto pelos atores sociais que o utilizam. Objetivamos oferecer uma investigação científica de caráter descritivo, histórico e explicativo,proporcionando a conscientização do fenômeno do lugar. Pressupomos que uma dimensão dos espaços públicos aflora durante a transformação do lugar nas sobras rodoviaristas, um outro espaço público agora visibilizado, tela de questões urbanas necessárias de serem confrontadas de forma interdisciplinar.Pretendemos, assim, entender como surge esta outra dimensão dos espaços públicos através do processo de análise das transformações do lugar. Métodos. Esmiuçar as relações que os atores mantém entre si e com o espaço, construindo o lugar, verificáveis através de métodos definidos: levantamentos históricos; observação e registro de rastros físicos; observação e registro dos comportamentos in loco e entrevistas. Resultados e conclusão. O estudo do processo de construção do lugar evidencia constante jogo de justaposição entre espaços diferentes atores sociais. Evidencia a marginalização histórica da pobreza e da alteridade nas cidades. Revela espaços de criação, acordos e conflitos internos que necessitam ser levados em consideração, em propostas de ressignificação do espaço, sem esquecer os atores que lá estão atualmente.