Antonio Nuzzi
Título da Dissertação: Infra-Estrutura Viárias de Grande Porte e Paisagem Territorial
Ano de defesa: 2008
Orientador: Raquel Hemerly Tardin Coelho
Resumo | Abstract: A partir da difusão do automóvel como bem de consumo de massa, no começo do século XX, a infra-estrutura viária de grande porte, destinada ao tráfego automotivo, revolucionou a forma de se mover na paisagem, criando novos espaços e novas escalas de reflexão sobre o território, estabelecendo novas formas de vivência e de possibilidades de percepção da paisagem territorial.
Porém, apesar do automóvel ser um meio de transporte relacionado com várias esferas da paisagem, ao longo deste processo de difusão, as vias de grande porte poucas vezes foram projetadas levando em conta as interações interescalares e interdisciplinares que se estabelecem com a paisagem. O objetivo do projeto da via era a eficiência de deslocamento oferecida pelo meio automotivo, e o desenho da via respondia a critérios de velocidade, segurança e economia. Por isto, freqüentemente, o impacto da rede viária de grande porte tendeu a ser dramático sobre as paisagens cruzadas.
Nesta dissertação, a partir de uma revisão bibliográfica, analisaremos as interações que se apresentam como conflitos gerados pela sobreposição da infra-estrutura viária de grande porte, aqui entendida como vias expressas no território urbano (autopistas e autovias, p.e.), e a paisagem territorial, com foco na sua instância física, e considerando as relações/interfaces estabelecidas entre estas vias e os assentamentos, as comunidades bióticas, o sistema hídrico e a visibilidade da paisagem.
Em seguida, sobre a bibliografia consultada, proporemos uma série de oportunidades projetuais que visam à mitigação dos conflitos encontrados e, sobretudo, a costura dos elementos da paisagem territorial, através do projeto da via de grande porte. Seguindo estas indicações a rede viária de grande porte, desde elemento “fragmentador” da paisagem, poderá subverter seu papel dentro desta e se tornar elemento de articulação, estabelecendo coerência entre as esferas da paisagem territorial.