Ana Beatriz Bruno da Silveira
Título da Dissertação: MEMÓRIA À PROVA DE BALAS: Cartografias da Inimizade e Culturas de Fresta nas Favelas do Rio de Janeiro
Ano de defesa: 2024
Orientador: Maria Cristina Nascentes Cabral
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Resumo | Abstract: Este trabalho estuda as iniciativas memoriais realizadas em favelas e periferias da cidade do Rio de Janeiro, em homenagem às vítimas da violência do Estado em incursões policiais. Essas expressões culturais são exemplos das culturas de fresta, que surgem nas fissuras em meio às adversidades, em forma de graffiti e monumento memoriais construídos por civis em favelas distintas, diferentemente dos monumentos oficiais já existentes construídos pelo poder público. O objetivo deste estudo é compreender as dinâmicas e tensões no espaço urbano, dando voz às minorias e aos subalternizados, especialmente em relação à disputa de narrativas e de memória na/da cidade. Busca-se refletir sobre quem tem direito à memória em uma cidade pautada pela necropolítica – quem pode viver e quem deve morrer. Nesse sentido, foram estudados dois casos distintos, as favelas do Jacarezinho e do Complexo do Lins, ambas localizadas na Zona Norte do Rio de Janeiro. A primeira, onde ocorreu a maior chacina policial da história da cidade que terminou com 28 mortes em maio de 2021, e a segunda, onde uma estratégia policial chamada ‘troia’ resultou na morte de uma jovem grávida um mês após a chacina. Através da análise dessas situações, busca-se examinar as redes de resistência presentes nessas favelas e mapear os memoriais produzidos nos interstícios de muitas favelas da cidade do Rio de Janeiro contra a normalização de eventos traumáticos nas favelas e em seus moradores. Com esta pesquisa, propõe-se, ainda, realizar uma cartografia das políticas da inimizade que permeiam o espaço territorial dessas favelas, para além das operações policiais.
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