Barbara Boy Oliveira
Título da Dissertação: ANÁLISE DAS PAISAGENS DA BAÍA DE GUANABARA - RJ: UM ESTUDO URBANÍSTICO DE DISPUTAS SOCIAIS
Ano de defesa: 2021
Orientador: Maria Paula Goncalves Lysandro de Albernaz
Resumo | Abstract: A presente pesquisa analisa as paisagens da Baía de Guanabara, importante acesso da cidade do Rio de Janeiro e de sua Região Metropolitana. Partindo de um método comparativo e de categorização de possíveis olhares sobre esta, formula-se uma análise histórica e crítica sobre a construção social da imagem da Baía através de registros visuais. São destacadas disputas urbanas por intermédio da metodologia/forma de pensar/agir de Walter Benjamin da montagem, sob três lentes: paisagem, memória e narrativa. Na paisagem, identificamos particularmente os múltiplos tipos de paisagens com a referência do geógrafo Denis Cosgrove,considerando os aspectos físicos e culturais de um determinado grupo social - dentre elas: paisagem da cultura dominante e paisagem alternativa. A abordagem do trabalho é a confrontação das percepções de grupos que se contrapõem na cidade, ou seja, aqueles identificados como o sistema hegemônico ou poder dominante, e aqueles identificados como camadas da população menos favorecidas, procurando compreender suas próprias contradições. Entendemos que a cidade é um espaço de disputas e confrontos, e também um sistema de memória coletiva e individual que se acumularam no tempo. Na lente da memória busca-se primeiramente uma reflexão sobre a memória coletiva sobre a Baía de Guanabara, e em um segundo momento “escovar a história a contrapelo” em busca de lampejos da memória não evidenciada, por fim uma investigação sobre um grupo social específico, o de mulheres que também construíram a paisagem da Baía da Guanabara. Na última lente, interpretamos que na cidade existem simultaneamente tempos diversos, e há camadas temporais na paisagem que estão escondidas, guardadas, tendo como objetivo trazer essa outra narrativa sobre esse espaço tão relevante integrante da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Propomos aqui formas de ver a paisagem a contrapelo, colocando em disputa o olhar da mulher e espaços excluídos da hegemonia. O recorte espacial é a Baía de Guanabara, que acreditamos ter diversas camadas de análise, enquanto cidade, enquanto água, enquanto berço, enquanto seio, enquanto fluxo. O objetivo é buscar indícios de paisagens outras da Baía, colocando em disputa o olhar da mulher na paisagem hegemônica. O modo de pensar/fazer que propomos é a montagem, desmontagem e remontagem dessas paisagens, localizando onde elas se encontram na Baía de Guanabara. Busca-se compreender o presente e refletir qual passado coexiste, e ainda qual futuro poderá existir.
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