Rafael Barcellos Santos
Título da Tese: Invasões Bárbaras: notas sobre o número 92 da Rua do Rezende, onde um edifício moderno faz parte de uma cidade mais antiga ao seu redor
Ano de defesa: 2015
Orientador: Margareth da Silva Pereira
Resumo | Abstract: O motivo principal deste trabalho é a existência de um edifício projetado entre 1934 e 1935 pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, situado no número 92 da Rua do Rezende, no centro da cidade do Rio de Janeiro. E a sua moderna arquitetura, no entanto entendida como parte íntima e integrante de uma cidade mais antiga existente ao seu redor, nos oferece a oportunidade de uma releitura da história arquitetônica e urbana da cidade sob um ponto de vista talvez ainda inexplorado. Atualmente o lugar onde se encontra esse edifício faz parte da Área de Proteção do Ambiente Cultural da Cruz Vermelha, cujas características urbanas e arquitetônicas hoje nos interessam como patrimônio. Mas aos chamados arquitetos modernos como o próprio Affonso Reidy tal tipo de interesse não se costuma atribuir, associando-se inclusive a eles, pelo contrário, certa dose de desprezo ou mesmo de repúdio pelas partes mais velhas da cidade. E essa suposta indiferença é que se propõe a ser revista. A partir de um interesse antes nosso do presente do que deles no passado. Mas que acaba sendo o que hoje nos leva a encontrar vestígios materiais desse passado que nos permitem a sua releitura e a sua revisão, a exemplo do que faz nesta tese o edifício do número 92 da Rua do Rezende com a sua arquitetura. A figura de linguagem das invasões bárbaras no título do trabalho se refere à destruição, e à perda, como razões elementares da existência de toda e qualquer preservação patrimonial que possa existir. E a definição de “bárbaro” como sendo sempre aquele que é “outro” presta homenagem a todo sujeito que pertence a outro tempo. Que apesar de ser um de nós, e de fazer parte dos nossos mesmos campos disciplinares, ainda assim nunca deve perder essa sua condição própria de outro, e que uma vez pesquisado historicamente merece ser assim preservado. Considerando a pesquisa como um procedimento invasivo por natureza, no entanto a vigilância de alguns desses princípios pode lhe dar a forma de um verdadeiro exercício de alteridade.
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