Alunos egressos

Marília de Azevedo Dieb

Título da Tese: Cerzinho Rios e Cidades. Perspectivas Para o Resgate da Bacia do Rio Jaguaribe - João Pessoa/ Pb

Ano de defesa: 2013

Orientador: Lúcia Maria Sá Antunes Costa

Resumo | Abstract: Esta tese investiga os rios urbanos, na intenção de apontar caminhos que conduzam à restauração e proteção do ambiente fluvial e que concorram para a qualificação da cidade. A escolha do objeto de estudo recaiu sobre a bacia do rio Jaguaribe, que se insere no tecido urbano da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Inúmeros são os estudos científicos e registros históricos que atestam a importância do patrimônio natural e cultural que resguarda a paisagem desta bacia, assim como o seu entrelaçamento com a história do lugar, desde os primórdios da fundação da cidade até os dias atuais. O foco, no entanto, está centrado no rio principal - o Jaguaribe -, que protagoniza a cena na bacia. Considerando que investigar se a atribuição de usos às margens fluviais urbanas pode gerar benefícios à restauração e proteção dos rios é o objetivo geral deste estudo e, visando a sua consecução, o desenvolvimento da pesquisa foi estruturado de modo a responder questões cruciais para o entendimento da questão principal, relativas ao processo de construção da degradação; às atitudes tomadas no decorrer do tempo, visando mediar a relação entre as águas e a cidade; e o que está sendo proposto ou efetivamente implementado para restaurar os rios e, simultaneamente, aprimorar a qualidade do ambiente urbano. As respostas vieram a partir de longo processo de revisão bibliográfica, documental e iconográfica; de pesquisa de campo, da realização de entrevistas e da análise de intervenções levadas a cabo nas bacias dos rios Llobregat e Besàs (Cata/unha/Espanha) e Don Ríver (Toronto/Canadá), que serviram de referência à análise da bacia em tela, cujo aprofundamento foi dirigido a três recortes, identificados pelo termo situação-tipo, que reúnem, de modo exemplar, os problemas e as oportunidades identificadas na bacia em tela, a partir da sua detida leitura. Os resultados das análises confirmam que atribuir funções urbanas às margens dos rios, respeitadas as fragilidades intrínsecas ao meio, construindo uma relação de complementaridade entre estes e as cidades, tem se mostrado uma estratégia eficiente para promover a restauração fluvial e a qualificação urbana. A possibilidade de resgatar o contato da população com o rio desperta emoções e relações adormecidas: o zêlo pela natureza; o gosto por usufruir de tal ambiente; a vontade de participar, voluntariamente, em projetos que visem o bem comum e a qualificação do próprio habitat. Diante do exposto, pode-se afirmar que a restauração dos rios urbanos é possível, não é fácil, nem tampouco imediata. Ela exige, para o êxito da operação, vultosos recursos financeiros; recursos humanos qualificados; um cuidadoso processo de planejamento; uma gestão eficiente, que orquestre a ação de todos os órgãos e entidades envolvidas. A restauração dos rios e da relação destes com as cidades requer uma costura delicada, milimétrica, sutil - um cerzido - que garimpe cada fio da trama urbana para entrelaçá-lo aos fios da natureza, restaurando - dentro do possível -, a base material que acolheu o habitat humano.

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