Juliana Coelho Loureiro
Título da Tese: A invenção da rua: O tratado da ruação de José de Figueiredo Seixas (ca.1763)
Ano de defesa: 2017
Orientador: Margareth da Silva Pereira
Resumo | Abstract: Esta tese tem como objetivo investigar em que medida a teoria apresentada por José de Figueiredo Seixas no Tratado da Ruação fundamenta-se na tradição e experiência urbana portuguesa no além-mar. A palavra rua, que dá origem ao neologismo Ruação, possui, ao longo do século XVIII, um variado e dinâmico universo semântico e, enquanto espaço público, remonta a uma longa tradição na cultura portuguesa. Dentre os termos relacionados à rua, destaca-se os sentidos de rua direita, rua nova, rua travessa, rua de serventia, tão recorrentes na formação das povoações no Império português. O Tratado da Ruação foi escrito por um arquiteto portuense em aproximadamente 1763 e oferecido a Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, na intenção de criar uma lei geral. A compreensão de Seixas para a Ruação é ampla, dinâmica e envolve diferentes escalas e aspectos do fazer cidades, como por exemplo, a divisão territorial, administração, justiça, abastecimento, salubridade e circulação. É perceptível que muitas das questões levantadas no Tratado, surgem a partir do confronto com as experiências dos portugueses na América e, nesse sentido, Seixas recorre à cidade do Rio de Janeiro como referência de povoação regular. Ele também defende a formação de um corpo de profissionais especializados. Desse modo, acreditamos que o Tratado de Ruação é um documento pioneiro que instaura o que, mais tarde, iremos denominar Urbanismo.