Douglas Luciano Lopes Gallo
Título da Tese: CIDADE HUMANA: a vida urbana e a promoção da saúde como qualidade de vida
Ano de defesa: 2020
Orientador: Eliane da Silva Bessa
Resumo | Abstract: Esta tese de doutorado é escrita a partir do entendimento que a cidade é uma construção humana e esta dimensão, ainda que renegada, não pode ser esquecida nem desconsiderada. Foi um estudo qualitativo que buscou aprofundar-se no mundo dos significados e representações sociais. O argumento desenvolvido tem especial relevância quando considerada em sua interdisciplinaridade, aproximando o urbanismo do campo da saúde e revelando as suas conexões. A qualidade de vida urbana é considerada de forma ampliada e multidimensional, associada ao conceito ampliado de saúde. A vida urbana e a sociabilidade são tomadas como elementos de promoção da saúde no espaço urbano. Os processos de individualização e fragmentação da vida contemporânea têm corroído a vida urbana, esvaziando os espaços públicos e homogeneizando as cidades. Defendemos a tese de que estamos em uma transição de um paradigma tecnicista para um mais humanista, porém esta transição ainda está em curso e não conhecemos plenamente seus efeitos. Argumentamos que a sensação de insegurança e o medo têm se generalizado e reforçado estes processos apontados, alimentando e legitimando a segregação socioespacial e corroendo ainda mais a vida urbana. Nesta realidade, os espaços verdes, como parques e praças, apresentam um papel importante para a qualidade de vida nas cidades, possibilitando uma vida mais ativa e saudável, bem como funcionando como espaços de convívio social e vida ativa. Estes aspectos físicos e sociais da vida urbana são importantes para que as cidades sejam mais saudáveis e humanas. Assim sendo, a qualidade ambiental e espacial do verde urbano é fundamental para que este atinja seu papel na promoção da qualidade de vida. Ao analisarmos as percepções e representações sociais de entrevistados na cidade de Curitiba/PR, observamos como aspectos da vida cotidiana, como empatia, educação e gentileza funcionam como humanizadores das cidades. As condições sociais e físicas das cidades determinam a saúde e a qualidade de vida das populações. Uma cidade humana seria aquela onde todos tivessem acesso aos serviços, bens e espaços urbanos, possibilitando uma vida urbana sem medo e insegurança. Uma cidade com espaços de qualidade e pensados para a escala das pessoas, possibilitando uma vida rica em diversidade e respeito, cuja convivência se desse com acolhimento.