Alunos egressos

Winnie Bruna de Souza Pereira

Título da Tese: AQUELES QUE URGEM PELA MUDANÇA. Ativismo ambiental no Antropocentro - o exemplo da Extinction Rebellion

Ano de defesa: 2022

Orientador: Eliane da Silva Bessa

Resumo | Abstract: Nas últimas duas décadas um grupo cada vez mais amplo de cientistas vêm afirmando que estamos no Antropoceno, os últimos setenta anos da história e geologia, em que a atividade humana se tornou uma força compatível com qualquer outra força da natureza. Uma época em que o sistema humano e os outros sistemas terrestres se tornaram tão intrincados, a ponto de eventos antes tidos como naturais terem se tornado profundamente socioambientais. O Antropoceno mostra-se como um conceito de suma importância, não apenas como representação do impacto humano sobre o ambiente não-humano, mas também quando considerado como época do nascimento de uma reflexividade sobre esse impacto. Visto dessa maneira, o Antropoceno representa o mais recente “chamado à ação” para ativistas ambientais preocupados com a emergência ambiental, e comprometidos com o combate as mudanças climáticas. O Antropoceno pode ser considerado como um lugar para o questionamento sobre os impactos do modelo de produção e das relações predatórias entre os grupos humanos com a natureza não-humana, confirmados pelo Relatório do IPCC de 2021. Nossa defesa é de que o Antropoceno veio para unificar todos os antigos argumentos ambientais e “chamados à ação” que, desde os anos 1970, vêm apontando para um limite catastrófico que se impõe na relação depredatória com as naturezas humanas e não-humanas.
Dessa forma, esta tese objetiva estudar a ascensão do movimento ambiental moderno concomitantemente com a emergência do Antropoceno. E entender como esse movimento tem se desdobrado nos últimos cinco anos, utilizando como exemplo os coletivos ambientais Extinction Rebellion Reino Unido e Extinction Rebellion, Brasil. Partimos da hipótese de que a Extinction Rebellion representa um chamado à ação popular, fruto da reflexividade no Antropoceno, que expõe a emergência ambiental juntamente com as limitações da democracia e como tais limitações impedem a população comum de participarem das tomadas de decisão envolvidas no combate ao colapso ambiental. E assim, demonstramos que sua rebelião não é contra a existência do Estado, mas sim contra o modelo excludente e limitado de democracia praticado pelo Estado, que teria traído as/os cidadãs/ãos, a quem devia proteger contra a ameaça ambiental. Para isso, utilizamos como metodologia uma ampla revisão bibliográfica interdisciplinar que inclui as geociências, a sociologia ambiental e a teoria dos movimentos sociais; levantamento de dados em livros e reportagens de jornais; entrevistas com ativistas e figuras importantes do movimento; além de estratégias de observação participante de modo a descrever as estratégias, discursos e ideologias do movimento Extinction Rebellion e sua conexão com o Antropoceno do século XXI.

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