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Título da Tese: Cáceres (MT): A patrimonialização do traçado urbano

Ano de defesa: 2019

Orientador: Sônia Azevedo Le Cocq d’Oliveira

Resumo | Abstract: Esta tese teve como objetivo reconstituir o espaço urbano onde a Vila Maria do Paraguai, atual cidade de Cáceres/MT, foi fundada, em 1778, por meio de registros históricos e iconográficos, estabelecer a análise da consolidação de seu espaço territorial através do processo de expansão urbana decorrente do trânsito e comércio fluvial estrangeiro, estabelecido a partir de 1850 por intermédio do rio Paraguai, e constatar a manutenção do tecido urbano durante estes períodos até a atualidade. Destacamos que a cidade de Cáceres é fruto do processo de urbanização pombalina, que se estabeleceu nesta colônia em terras inicialmente pertencentes à Coroa espanhola e depois afirmadas ao domínio luso pela ocupação efetiva por meio do Tratado de Madri, em 1750, como forma de ordenação do espaço urbano derivado de regiões de divisa. Além da materialidade urbana, Cáceres se constitui também através da execução de seu acervo arquitetônico: datado de 1850 a 1930, em virtude da abertura dos portos, sendo este fruto de técnicas construtivas e mão de obra estrangeiras, apresentando soluções de implantação urbana similares às adotadas nos grandes centros urbanos litorâneos (REIS FILHO, 1986) e diagnosticada por nós nesta localidade. Esse expressivo acervo foi dignificado em nível federal pelo Processo de Tombamento número 1542-T-07/2010 do IPHAN (Instituto Histórico e Artístico Nacional). Para analisarmos a concepção do espaço urbano e averiguarmos quais edificações tombadas ainda resistiram depois do tombamento, restringimos nossa área de estudo em 850 metros por 500 metros, circunscrita dentro das delimitações como área do “centro histórico” do processo do IPHAN. Essa área está incluída nos registros de 1876/77 (FONSECA, 1880), que demonstraram o processo de expansão urbana da cidade. Obtivemos como amostra, das 44 edificações tombadas, o total de 30 bens para as análises. Constatamos a integralidade do tecido urbano originário de 240 anos, inclusive sua manutenção durante o processo de expansão urbana até os dias atuais, fato esse que assegura seu valor aos estudos de urbanização colonial brasileira. No entanto, dois edifícios tombados do acervo inexistem e quatro correm o risco de desaparecer. Este trabalho, pioneiro no aspecto técnico, visa, por intermédio da materialidade dos registros históricos, documentais e iconográficos, constatar e assegurar a sobrevivência deste acervo arquitetônico, urbano e paisagístico, assim como estimular o desenvolvimento de pesquisas futuras que este trabalho não pôde esgotar.

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