Paulo César Mendes Glória
Título da Dissertação: Reflexos da Economia Petrolífera no Ambiente Urbano e Regional no Sul do Estado do Espírito Santo
Ano de defesa: 2005
Orientador: Sônia Azevedo Le Cocq d’Oliveira
Resumo | Abstract: A dissertação trata da relação entre um novo ciclo econômico que está surgindo no
Estado do Espírito Santo, a extração do petróleo, com a cidade; o que tem originado especulação
e a supervalorização fundiária. Foi escolhida como objeto, a região litorânea sul (Presidente
Kennedy, Marataízes, Itapemirim, Piúma e Anchieta) e Cachoeiro de Itapemirim como um caso
referência, por termos maior envolvimento com esta área.
O primeiro problema abordado refere-se ao período da exploração do petróleo, estimado
em 30 anos. Após isto, existe a possibilidade de ocorrer um rápido esvaziamento urbano
(shrinkage). Isto provocaria um efeito inverso e não menos danoso de oferta excessiva de
imóveis.
Como marco referencial da dissertação, a série Gestão do Uso do Solo, produzida pelo
IPEA – Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada, foi abordada uma temática relacionando a
produção do espaço com a economia política. Assim ficou demonstrado em três variáveis de
dependência econômica: a urbana; com a gentrificação as áreas centrais viram objeto de cobiça,
deslocando a população de baixa renda para a periferia, excluindo-a social e territorialmente. Na
segunda variável intraurbana, observa-se o aumento, tanto da atração do campo para a cidade,
quanto o espalhamento urbano, ocupando áreas produtivas do setor agro-pecuário. A terceira
variável, a interurbana configura a dependência entre as cidades da região ligadas através de uma
rede; e qualquer crise na relação entre produção e consumo gera prejuízos em toda a região.
Para se formar um complexo territorial sustentável deve-se preparar o ambiente, a
fim de suportar a dinâmica cíclica econômica através de Políticas Públicas, desdobradas em
mecanismos de ordem econômica e de gestão territorial. Para prever uma economia sustentável
no período pós-petróleo, deve-se investir neste momento em outros setores como o Turismo e o
setor de Rochas Ornamentais e utilizando-se da legislação urbanística, visar a regularização
fundiária para áreas de interesse social, garantindo a gestão do desenvolvimento não só
econômico, mas social, territorial e ambiental.