Alunos dinter

Patricia Helena Turola Takamatsu

Título da Tese: RELAÇÕES ENTRE A MALHA URBANA E O SUBSTRATO NATURAL NO CONTEXTO AMAZÔNICO: O CASO DA CIDADE DE MACAPÁ – AMAPÁ

Ano de defesa: 2021

Orientador: Guilherme Carlos Lassance dos Santos Abreu

Premiações:

Resumo | Abstract: A presente tese tem como questão central avaliar a relação entre a ocupação urbana e o substrato natural no contexto amazônico. Toma para isso, a cidade de Macapá como caso representativo de um processo de urbanização comum a muitas cidades da Amazônia. A tese ergue a hipótese de que a ocupação urbana na Amazônia está diretamente associada a uma estratégia de índole colonial que consiste na negação desse substrato. A análise combinada da morfologia original do solo urbanizado com o traçado urbano em malha ortogonal regular, de sua implantação inicial até as expansões mais recentes, permitiu ir além da ideia de imposição da grelha abstrata a um território conceitualmente desprovido de pré-existência a ser conquistado, fornecendo, assim, subsídios para a identificação de diferentes formas dessa negação. Estas têm, na produção da condição de ‘terra firme’, uma referência persistente de solo urbanizável presente, como critério, desde a escolha do sítio inicial de implantação até a urbanização fragmentada comandada pelas lógicas oportunistas de empreendimentos imobiliários organizados em enclaves autônomos, passando pelas representações e modelos de cidade instituídos por diferentes planos urbanísticos. A referência à condição de terra firme como possibilidade para a cidade fica, também, patente na associação da terra alagada (localmente chamada de ressaca) a uma condição ‘não-urbana’ e precária, tanto pela exclusão social das populações moradoras dos bairros construídos sobre palafitas, quanto pela adoção dos marcos legais de um preservacionismo profundamente antiurbano que tende a opor cidade e floresta. Ao vincular o conceito de cidade apenas à condição de terra firme, o planejamento condiciona-se à necessidade de urbanidade contraposto a um universo selvagem que, em princípio, estaria atrelado ao substrato natural, mas se torna ação imprópria à preservação deste. Para conduzir o estudo da relação entre cidade e substrato, adotou-se como metodologia a revisão bibliográfica e pesquisa documental conjugada à aplicação de análise cartográfica baseada na morfologia e geomorfologia urbanas possibilitando a confrontação da teoria com a realidade empírica. A análise cartográfica realizada confirmou que a formação de tecidos urbanos abertos produz formas que são essencialmente fechadas e exclusivas e o substrato natural permanece descolado do processo de urbanização.

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