Alunos egressos

João Magnus Barbosa Leite Pereira Pires

Título da Dissertação: LIVROS FOTOGRÁFICOS E O APAGAMENTO DA MEMÓRIA NO RIO DE JANEIRO: Rio que desaparece, de Claudio Bruni Sakraischik, 1993 e Rio revelado, de Cristiano Mascaro, 2015

Ano de defesa: 2020

Orientador: Maria Cristina Nascentes Cabral

Resumo | Abstract: Este trabalho analisa dois livros fotográficos: Rio que desaparece (1993), do italiano Claudio Bruni Sakraischik, com fotos da década de 1970; e Rio revelado (2015), do paulista Cristiano Mascaro. O objetivo principal é valorizar o gênero bibliográfico como fonte de conhecimento sobre a cidade e como instrumento de preservação da memória urbana. Este estudo é feito pelo viés da memória fundamentando-se no conceito de “memória coletiva” de Maurice Halbwachs e nas revisões deste, realizadas por Andreas Huyssen e Jan Assmann, quando este último define o conceito de “memória cultural”. São estudadas as relações entre memória e esquecimento, assim como as transformações no ambiente construído urbano e a diminuição do ciclo de vida dos edifícios que, para Paul Connerton, produz “amnésia cultural” essencial ao processo de produção capitalista. É considerada também a relação identificada por Josep Maria Montaner entre o regime de governo em curso e a maneira mais traumática ou mais velada de apagamento da “memória urbana”. Os dois estudos de caso foram selecionados a partir de um levantamento de livros fotográficos realizado nesta pesquisa sobre representações da cidade do Rio de Janeiro feitas e publicadas entre 1965 e 2015. Este levantamento é feito para destacar o potencial deste gênero bibliográfico, que é raramente utilizado como fonte de conhecimento sobre as cidades e como meio de resgatar memórias urbanas. Embora as cidades sejam tema recorrente da fotografia e um instrumento potente para recordar o passado. As duas publicações são estudadas considerando as relações entre fotografia e memória elucidadas por Boris Kossoy, assim como sua recomendação de que fotografias devem ser analisadas para além do seu plano iconográfico. Em seus resultados, este trabalho identifica que, na narrativa fotográfica de Sakraischik o processo traumático de destruição do ambiente construído é interrompido e nova sedimentação é dada à memória que vinha sendo rapidamente apagada quando fotografou a cidade. Já a narrativa fotográfica de Mascaro revela a memória cultural incorporada nas construções e no ambiente construído, que vinha sendo ocultada e apagada por um processo lento de substituição da memória existente por outra inventada, e que era responsável por causar-lhe o “espanto” que o levava a decidir quais construções fotografar. Como conclusão, constatou-se que os livros fotográficos oferecem pontos de partida para acessar e consolidar memórias referentes ao ambiente construído das cidades.

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