Alunos egressos

João Flavio Araujo Folly

Título da Tese: Escalas de Mobilidade na Metrópole Contemporânea: A Adaptabilidade das Infraestruturas Viárias

Ano de defesa: 2022

Orientador: Andréa de Lacerda Pessôa Borde

Resumo | Abstract: O presente trabalho busca refletir sobre a proporção de ocupação do espaço urbano por seus diferentes modais e pedestres. Reconhecido o protagonismo dos veículos motorizados no desenho das atuais estruturas urbanas brasileiras, quando nos bairros estudados de Ramos e Bonsucesso, no Rio de Janeiro, 68% do espaço das vias chega a ser destinado para a circulação de veículos automotivos, se objetiva entender melhorias nessa estrutura das cidades e na sua própria conceituação, capazes de agir sobre diversas de suas nuances sociais, paisagens e ambiências urbanas, aumentando possibilidades de coesão sócio territorial e da própria apropriação dos espaços públicos. Pautado no conceito de adaptabilidade (LYNCH, 1981), relacionado à capacidade dos ambientes de responderem às demandas sociais e ambientais e a necessidade ou não de transformações construtivas para tal, passa-se a entender como a estrutura urbana potencializa ou inibe determinadas práticas sociais e a própria vitalidade do espaço urbano. As infraestruturas de mobilidade são assim objetos de pesquisa, metodologicamente sendo estudados parâmetros de geometria viária hoje adotados para a própria estruturação dos espaços de vias e como esses, a partir da discussão de medidas mínimas para o fluxo veicular, podem apresentar novas possibilidades de desenho urbano, mais inclusivos e vinculados a especificidades de cada contexto local. Paralelamente, as próprias formas atuais de classificação viária são discutidas, objetivando se estabelecer novas categorias classificativas que, complementando a classificação hierárquica funcional, direcionada ao espaço veicular, garantam ao desenho de geometria das vias, condicionantes oriundas das demandas de seu contexto urbano e da própria apropriação desses espaços pelo corpo, seja como pedestre, ou em seu estar no espaço público. A discussão dessas infraestruturas viárias em sua relação como outros elementos compositivos da estrutura urbana — lotes, quadras, edifícios, vazios urbanos e espaços livres — busca vincular aos resultados do trabalho a própria interação entre esses elementos entendendo que estes se moldam permanentemente um ao outro, e a intervenção pura e simples do eixo viário teria o poder de transformação reduzido. A reciprocidade de interação entre os eixos de mobilidade e algumas das características desses outros elementos é levantada, sendo abordados a formação dos vazios, as testadas de lotes, a porosidade de fachadas, a monofuncionalidade de áreas entre outros parâmetros, e como estes são incorporados nas proposições de adaptabilidade das infraestruturas viárias. Os resultados apresentados disponibilizam possibilidades de redução do espaço veicular em média de 16,3 % e junto a um conjunto de proposições em vazios urbanos buscam trazer novas perspectivas de organização social a curto prazo, em que determinado espaço-bairro (LOPES DE SOUZA,1994) consiga construir e/ou reforçar dinâmicas de sociabilidade pautadas no caminhar e permanência no espaço público. A nova categorização de vias, em vias de vizinhança, vias de espaço-bairro, vias cidade, vias região e vias de condições especiais, traduz para a o estudo da geometria viária e dimensionamento de calçadas e canteiros centrais, perspectivas e demandas tanto dos contextos urbanos, quanto dos pedestres, capazes de se apresentar como possibilidade de guia para projetos urbanos, considerados também os parâmetros apresentados para as larguras de faixas de rolamento das vias.

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