Danielle Cristina Dias de Santana
Título da Dissertação: Vai no Bexiga pra ver: A paisagem urbana como artefato, campo de forças e representação social
Ano de defesa: 2020
Orientador: Andréa de Lacerda Pessôa Borde
Resumo | Abstract: Em São Paulo, a fragmentação da paisagem urbana pode ser definida como a principal característica do processo de crescimento acelerado e de movimentos especulativos de obsolescência ou valorização do solo urbano a partir dos quais a cidade foi sendo ampliada e redesenhada. Especificamente na região central, estes processos foram seguidos de movimentos de esvaziamento populacional e de funções comerciais, financeiras e até mesmo simbólicas. Contudo, apesar do núcleo central permanecer com índices populacionais estagnados e por vezes em declínio, estes movimentos se mostram pendulares em relação aos bairros pericentrais da cidade. Ainda que não abarquem a totalidade do território, apresentam movimentos de especulação e valorização do solo urbano em determinadas áreas, sobretudo por influência das dinâmicas urbanas das áreas localizadas em seu entorno imediato. A resposta do poder público a estes movimentos de estagnação e valorização dos bairros pericentrais da cidade, partiu de diferentes estratégias de leituras destes territórios. Nos bairros com componentes históricos e simbólicos marcadamente relevantes para a história urbana da cidade, as ações não se deram sem conflitos de leituras entre os campos da preservação e do planejamento municipais. Especificamente no caso da Bela Vista, dada a proximidade temporal entre os projetos e ações empreendidos pela municipalidade, temos uma oportunidade única para a análise desses processos e de como eles se refletiram nas leituras urbanas desenvolvidas pelo poder público municipal. Para tanto, buscamos analisar a constituição da paisagem urbana, sua organização, interpretação e difusão através das dimensões do artefato, campo de forças e representações sociais As quais dão conta de como a paisagem foi produzida e interpretada segundo interesses e conflitos de ordem social, econômica e política, assim como ela é interpretada e ressignificada socialmente através da experiência material e simbólica dessa paisagem.